Produtores

FAMILIA MARGAÇA

A Sociedade Agrícola de Pias foi fundada, em 1973, por José Veiga Margaça, um comerciante de Torres Vedras que encontrou nesta pequena freguesia o potencial para se instalar e produzir vinhos originais e de grande qualidade. A sua paixão pela terra e o profundo conhecimento e respeito pelo Alentejo, permitiram-lhe desbravar, durante décadas, novas formas de produção e criar vinhos que honrassem o terroir único de Pias. ​Nas suas herdades, estendidas entre Serpa e Moura, no extremo oriental do Alentejo, num total de 800 hectares, iniciou um intensivo processo de restruturação das vinhas, organizando-as em parcelas e por castas, renovou a adega oferecendo-lhe o melhor da tecnologia e rodeou-se de gentes da terra, a quem gerou emprego e riqueza. ​Durante décadas reforçou o seu portefólio, ganhou prémios e criou toda a logística de distribuição, transformando a Sociedade Agrícola de Pias numa empresa autónoma e vários dos seus vinhos em referências do mercado português. ​

O legado de José Veiga Margaça continua hoje nas mãos da família, e são seus os filhos e netos que mantêm viva a tradição de Pias e honram os valores que alicerçam o projeto desde a sua fundação, sempre com uma visão contemporânea e próxima do consumidor moderno. ​

Em 1976, por conta do PREC – Processo Revolucionário em Curso e da Lei da Reforma Agrária, um grupo de camponeses ocupou as propriedades da Sociedade Agrícola de Pias, passando esta conquista a ser reconhecida como uma bandeira da revolução e um exemplo para um país que se começava a erguer após o fim da ditadura. Chegavam autocarros de todo o lado para testemunhar, na primeira pessoa, o sucesso destes homens. No regresso, levam a memória de Pias em forma de garrafa, celebrando-a por todo o lado.

O país aprendeu a lembrar o nome de Pias e passou a destaca-lo no mapa, gerando um verdadeiro fenómeno que perduraria até aos dias de hoje.

Mais de quatro décadas depois, a história repete-se e é feita uma nova ocupação – desta vez através da apropriação industrial indevida da marca Pias, que é tomada e absorvida pelo mercado. Nasciam, assim, centenas de marcas sob a mesma designação, muitas vezes sem que a produção tivesse a sua origem na região ou, em casos mais urgentes, no país. Sem oposição das entidades responsáveis, Pias passou a ser território de ninguém e o seu vinho, lentamente, perdia a identidade.

Em 2020, a família Margaça recupera o fôlego e desenha uma nova estratégia, reclamando a legitimidade da origem dos seus vinhos, os verdadeiros vinhos de Pias. Nasce uma nova marca – os vinhos Família Margaça -, em homenagem à família e às gentes da vila, e introduz-se um novo posicionamento e imagem no mercado, com a missão de devolver a Pias o que é – e sempre foi – de Pias.